sexta-feira, 24 de julho de 2015

Íntegra do discurso feito no compromisso dos novos advogados da OAB/RS em 05/06/2015

Doutores e doutoras, colegas, familiares, muito boa tarde. Em nome do presidente da Comissão Especial do Jovem Advogado, Matheus Ayres Torres, venho aqui fazer uma convocação a todos vocês.
Como podemos ver na mídia e nas redes sociais, o nosso país está passando por uma séria crise de representatividade, onde aqueles que deveriam nos representar não estão nos escutando, e a culpa meus colegas, infelizmente é nossa. É nossa porque nós deveríamos cobrar mais dos nossos representantes, mandando e-mails para os gabinetes, marcando os nossos candidatos no facebook e pedindo explicação porque votaram de uma forma ou de outra. Mesmo que o candidato de vocês não tenha sido eleito, vocês devem escolher um representante que lá está e cobrá-lo!
Hoje, vocês passam a integrar o quadro de uma instituição que é representativa dos advogados, porém, da mesma forma dos vereadores, deputados e senadores, devemos cobrar e fiscalizar a OAB, questionar por qual motivo ela está se pronunciando publicamente sobre alguns assuntos e sobre outros não. Na semana retrasada eu ouvi de um jurista famoso, que também é desembargador do TRT em Minas Gerais, que o juiz tem medo do advogado jovem, dizia ele que o advogado jovem é questionador, que quando aparece um advogado com OAB nova os juízes fogem, não querem atender, mandam o assessor dizer que não estão. E é justamente isso que eu venho aqui pedir para vocês, jovens advogados, que vocês sejam questionadores, fiscalizadores e cobradores da lei, se um juiz não despachar em 2 dias um pedido feito por vocês, cobrem, questionem o motivo por não ter feito. Estudem, se interessem por novas leis, a fiscalização da lei passa pela indignação contra a atitude daquele esperto que estaciona em vaga de deficiente físico, que fura a fila, que não dá a preferência do lugar no ônibus para o idoso...enfim nós somos os responsáveis pelo cumprimento das leis e nós somos os responsáveis pelo futuro não só do nosso país, mas de todo o mundo.  
Da mesma forma, àqueles que forem seguir carreiras públicas, peço que não se afastem da nossa OAB, enxerguem na OAB uma aliada. Hoje temos várias comissões aqui dentro, inclusive de advogados de órgãos públicos. Muitos juízes, promotores e delegados já sentaram aqui nessas cadeiras, ao lado de várias outras autoridades públicas, para discutir as mais diversas matérias e assuntos.
Enfim, ao começar a carreira como advogado, não tenham medo de questionar, não tenha medo de perguntar como se faz uma audiência, de que lado da mesa eu devo sentar, se chamo o juiz de excelência ou de doutor...dúvidas práticas que não se ensinam nos bancos acadêmicos. A nossa comissão do jovem advogado é a maior comissão dentro da OAB-RS, nós temos uma série de cursos em parceria com a Escola Superior da Advocacia, temos, também, grupos de estudos, qualquer dúvida me procurem, agora, depois do fim dessa solenidade ou nas redes sociais, estou à disposição para tirar qualquer dúvida.
Hoje a OAB é formada por uma maioria de jovens advogados e de estagiários. São quase quarenta mil jovens advogados e mais 15 mil estagiários com registro. A OAB, hoje, pertence a vocês que são jovens advogados, jovens questionadores.
Por isso cuidado, meus colegas, há perigo em todas as esquinas, MAS QUE ME PERDOE A ELIS REGINA eles ainda NÃO venceram e o sinal NÃO está fechado pra nós que somos jovens. O nosso país precisa de nós e a nossa OAB também. Conto com vocês!

Obrigado!

segunda-feira, 2 de março de 2015

PROGRAMA NACIONAL DE PREVENÇÃO DOS ACIDENTES DE TRABALHO E A NR-12



Recentes notícias dão conta que o Ministério do Trabalho e Emprego intensificou a fiscalização em relação à NR 12. Parece que os acidentes e as doenças do trabalho serão o norte da fiscalização dos Órgãos de Fiscalização do Governo. Já há convênios entre o judiciário e o INSS para que quando haja condenação de alguma empresa em processo trabalhista, em que é reconhecido o nexo de causalidade entre a doença diagnosticada e o trabalho exercido, que sejam noticiadas ao Órgão Previdenciário, para fins de ingresso de ações regressivas. Essa medida visa ressarcir os cofres públicos com os gastos com auxílio-doença (B31) e com auxílio-doença-acidentário (B91).
Pois bem, a “bola da vez” é a NR 12, a norma regulamentadora em discussão dispõe sobre a segurança e a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho.  Ela é regida pela máxima da “falha segura”, ou seja, prevê o texto da legislação que mesmo que haja uma falha em uma máquina, ou uma falha humana, deve haver segurança para que não ocorra nenhum dano à integridade física do trabalhador.
Entre as diversas exigências do Órgão Fiscalizador estão os controles de manutenção das máquinas, fluxo de trabalho por meio de documentação assinada pelo empregado, promoção de cursos periódicos aos empregados sobre a utilização das máquinas e a adoção de dispositivos de segurança adicionais nos equipamentos.
O melhor caminho para as empresas do setor industrial é promover o conhecimento e a conscientização dos trabalhadores. Fazer demonstrações do que pode ocorrer quando não observados os procedimentos de segurança exigidos. Vídeos e desenhos são explicativos são as melhores formas de se acessar com mais eficiência a consciência do trabalhador.
A NR – 12 possui uma série de regras genéricas, mas o intuito da regra é bem específico, evitar que acidentes com danos físicos ocorram. A liberação de espaços para a circulação, a atualização do PCMSO e do PPRA são essenciais para que se possa acompanhar quais os setores e procedimentos que devem ser aprimorados dentro do fluxo de trabalho. A norma ainda dispõe sobre a organização física das ferramentas e equipamentos.
Essas medidas fazem parte das diretrizes do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) em parceria com os demais órgãos fiscalizadores e a Norma Regulamentadora nº 12 está no centro da campanha, por tratar de de normas, que muitas vezes parecem simples, mas que podem evitar uma dano muito mais complexo à empresa, ao trabalhador e a sociedade como um todo.