segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A HUMANIZAÇÃO DO TRABALHO

*Adriana Mokwa Zanini

Atualmente as pessoas passam a maior parte de seus dias no ambiente de trabalho, sendo este, portanto, um componente importantíssimo em suas vidas.
Levando-se em conta os longos anos que se trabalha na mesma empresa, esta funciona como um agrupamento social bastante relevante para o indivíduo,constituindo sua segunda casa e família.
A jornada de trabalho estende-se muito além das 8 horas oficiais, pois mesmo os empregados que almoçam em casa não se desligam totalmente do trabalho durante este período de uma hora. O mesmo ocorre ao término da jornada, quando o indivíduo pode “finalmente curtir” sua família, depois de um longo dia de estresse e pressão. O trabalho tem diferentes significados para os indivíduos: como realização e crescimento pessoal, sustento da família e até o sentido da vida de alguém. Portanto tem uma forte repercussão na vida social das pessoas e na de seus familiares.
Mesmo o trabalho sendo uma grande fatia na vida das pessoas, há outras tão ou mais importantes que também devem ser consideradas ao se pensar no trabalhador como ser humano. Os empregados, antes de tudo, são pessoas e como tal possuem qualidades, defeitos, valores pessoais, problemas etc. Alémdisso, estão inseridos em outros ambientes além do de trabalho, como o familiar.
Devido à dimensão que o trabalho tem na vida das pessoas, seu ambiente pode desencadear e/ou reforçar conflitos já existentes. O contexto em que o indivíduo se encontra pode ser similar a alguma experiência traumatizante de sua infância, podendo ser exigido que repita determinados tipos de comportamento, desencadeando sintomas como dependências químicas, delírios, depressão, fobia, inibição e excitação.
Surge, assim, um contato muito defensivo entre as pessoas. Diretores e gerentes passam a ter grande dificuldade com algum subordinado e vice-versa.
Muitas vezes, processos de treinamento são dificultados e, com uma crescente dificuldade de comunicação e intervenção adequada, há demissões e recolocações de funcionários, gerando custos evitáveis.
Cada trabalhador que é retirado do emprego sofre muito com isso e, conseqüentemente, sua família também. Além disso, a empresa que investiu em treinamento e seleção tem enormes prejuízos.
Entretanto, nem sempre as relações transferenciais no trabalho são patológicas. Se, por um lado, pode ser fator desencadeante de inúmeros sintomas, por outro, o trabalho pode disseminar saúde e qualidade de vida, que se estendem para a família do trabalhador.
Mas para isso é necessário que as empresas se conscientizem da tamanha importância do trabalho para as pessoas e invistam na saúde e segurança de seus empregados, bem como na formação dos profissionais responsáveis pelas mesmas. Assim, além de exercerem indiretamente a responsabilidade social, investirão na sua produtividade, pois é sabido que pessoas saudáveis produzem mais e melhor.
*Adriana Mokwa Zanini- Psicológa.
FONTE: http://www.abrhrs.com.br/novo/pagina.php?id=grup-
2004&PHPSESSID=683e338adf840e14e18ebd59db31320bmanização

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